sexta-feira, 4 de julho de 2008

A tempestade

Por vezes o destino é como uma tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a areia persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança com a vida. Porquê?

Porque esta tempestade não é algo que tenha surgido do nada, sem ter nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol, a lua ou as estrelas. A orientação e a noção do tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina a rodopiar em direcção ao céu. Não te iludas, por mais pequena que seja, rasgar-te-á a pele como uma navalha.

E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza da tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa, quando saíres dela não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.

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