O estado do nosso Estado

Começo a ficar seriamente preocupado com o estado deste país. Estaremos nós a assistir a um incremento da censura, a uma repressão de liberdades até agora dadas como adquiridas? Em menos de uma semana, dois casos absurdos.

Primeiro, a proibição, por parte do Ministério Público, à sátira ao Magalhães no Carnaval de Torres Vedras, porque apareciam mulheres nuas no ecrã do portátil. Agora, a apreensão por parte da PSP na feira do livro de Braga de exemplares de um livro de pintura com o quadro "A Origem do Mundo" de Gustave Courbet na capa. A razão? Por exibir publicamente imagens pornográficas!!!!



Pornografia? Onde? É que eu não vejo nada! Mas devo ser eu que sou ceguinho e não percebo nada de arte.

Será que a PSP não tem nada mais importante para apreender? Não sei, talvez armas ilegais. É só uma sugestão... É que se os deixarmos sem orientação ainda vão mesmo ao Museu D'Orsay, em Paris, apreender o quadro.

O que mais me entristece é que esta é apenas mais uma notícia que espelha a forma como a defesa "da moral e dos bons costumes" se está a tornar-se ridiculamente intolerável neste país, às vezes tão triste.

Partir, voltar, reencontrar

Procuro um tempo, um lugar acolhedor
Sigo no vento a indicação
Que me levará para um mundo melhor
Com o arco-íris como condutor

O sonho traz segredos ao pôr-do-sol
Com o céu violeta a seduzir
Metas a alcançar com tons sem fim
O sorriso da minha musa me irá conduzir

Sobrevoo paisagens verdejantes
Com os olhos a brilhar de encanto ardente
Mato a saudade que ainda perdura
Do colo que me embalava ao sol poente

Vou-me instalar no meu lugar secreto
Onde a poesia nunca é acabada
Onde a felicidade eu tinha como certo
Inspirada na mansa luz da madrugada

Vou voltar para a minha lua amada
Ouvir as estrelas a cantar ao desafio
Já que aqui não posso fazer mais nada
Vou reecontrar o sossego perdido

Virar a página

Virar a página. Recomeçar. Ser forte e fingir que nada me afecta.

Sinto-me cansado.

Teoricamente tem tudo para dar certo, mas há sempre alguma coisa que falta. O quê? Quem me dera descobrir! Em alguma(s) coisa(s) estou a falhar certamente.

Mas será que um dia vou mudar, pensar mais, sentir menos, jogar à defesa? Duvido. Ainda não deixei de acreditar. Sofre-se mais, mas só assim vale a pena.

Amanhã é um novo dia! Ainda por cima, nascerá cheio de sol. Tal como eu cá dentro!

Dias de chuva

Estava a ler Fernando Pessoa e deparei-me com o apontamento seguinte:

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem: cada um como é.

Não posso deixar de concordar, mas eu já estou farto desta chuva :) Quero o sol outra vez! Já tenho o carro mais do que lavado :)